A Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou parecer favorável à inserção da vacina contra a dengue nos programas de imunização de países onde há alta incidência da doença. A expectativa é a de que, em 30 anos, a vacinação sistemática de crianças a partir de 9 anos reduza os casos sintomáticos e a hospitalização decorrente da enfermidade entre 10% a 30%.
De acordo com o position paper, os estudos realizados até o momento sugerem que os melhores resultados em termos de saúde pública são obtidos quando a soroprevalência no público-alvo é superior a 70%. Caso o índice esteja entre 50% e 70%, haverá impacto positivo, porém mais discreto. Abaixo disso, a imunização não é recomendada. O motivo é a menor eficácia do imunobiológico em pessoas que não tiveram contato prévio com o vírus.
O documento ressalta, ainda, que a vacinação contra deve ser parte de um complexo plano de combate à dengue, que inclua um sistema de vigilância epidemiológica bem estruturado, ações para evitar a proliferação do mosquito, bem como profissionais e estruturas hospitalares capazes de atender às necessidades dos doentes.
A Dengvaxia®, fabricada pelo laboratório francês Sanofi-Pasteur, é a primeira vacina contra a dengue a chegar ao mercado. Licenciada para uso em pessoas de 9 a 45 anos, ela demonstrou nos testes clínicos eficácia de 65.6% contra os quatro sorotipos do vírus e mostrou-se capaz de reduzir em até 80% o total de episódios graves da doença.
O esquema vacinal é de três doses, com intervalo de seis meses entre cada uma. Por se tratar de uma vacina atenuada, é contraindicada a gestantes e pessoas com algum comprometimento do sistema imunológico.