Difteria volta a aparecer em Espanha. Criança não vacinada em estado grave

Uma criança de seis anos está internada num hospital de Barcelona depois de ter sido diagnosticada com difteria, uma doença que não era detetada em Espanha desde 1987. A notícia do El País refere que o rapaz não foi vacinado por opção dos pais, que “são partidários da não vacinação”, escreve o diário. O Departamento de Saúde da Catalunha já confirmou que a criança não estava imunizada contra a difteria.

A criança está internada nos cuidados intensivos e encontra-se em estado grave. Os primeiros sintomas apareceram a 23 de maio — mal estar geral, dores de cabeça, febre e inflamação das amígdalas — mas, só cinco dias depois, e com um estado de saúde já agravado, chegou ao hospital. Nessa altura colocou-se logo a hipótese de o rapaz ter difteria.

Depois de confirmada a doença, o ministério da Saúde teve de diligenciar para que fosse adquirido o fármaco para o tratamento da doença.

A Agência de Saúde Pública da Catalunha começou, entretanto, a tomar medidas de controlo para proteger as pessoas que estiveram em contacto direto com a criança, refere o El País.

Tal como em Portugal, a vacinação contra a difteria faz parte do Plano Nacional de Vacinação espanhol. A difteria é uma doença infecciosa grave, de origem bacteriana, e foi durante muito tempo uma das causas principais de mortalidade infantil.

Desde que começou a existir vacinação, a doença praticamente desapareceu nos países ditos desenvolvidos.

Tal como refere Marta Conde, do departamento de Infecciologia Pediátrica do Hospital D. Estefânia, em Lisboa, “o contágio é feito através de gotículas de saliva, por exemplo, através da tosse, e os sintomas manifestam-se um a cinco dias depois”. Os sintomas são: “febre, dor de garganta pela amigdalite com pseudo-membrana de pus aderente e edema das estruturas da faringe que pode levar à asfixia por obstrução das vias respiratórias altas (sobretudo nas crianças) e à morte”, pode ler-se no site vacinas.com.pt.

“Existe, também, aumento do volume dos gânglios linfáticos do pescoço e se houver infecção da mucosa do nariz pode haver rinorreia. Mais raramente pode apresentar doença cutânea, vaginal ou das conjuntivas. A bactéria produz toxinas responsáveis pela doença neurológica e cardíaca, que podem surgir numa fase mais avançada.”, explica Marta Conde.

Segundo o Plano Nacional de Vacinação, em Portugal as crianças recebem a vacina contra a difteria aos dois, quatro e seis meses. Há depois novo reforço aos 18 meses e outro entre os cinco e os seis anos.

Em 2009, a Direção Geral da Saúde deu a doença como erradicada em Portugal. Considera-se que uma doença está erradicada quando, após três anos consecutivos, não se registam quaisquer casos de pessoas atingidas pela doença.

Fonte: Observador