Parar de comer alguns alimentos provoca alergia alimentar?

De acordo com dados da Organização Mundial de Alergia, entre 220 e 520 milhões de pessoas no mundo sofrem hoje com alergia alimentar. Alergia alimentar é uma reação adversa anormal do sistema imunológico a determinado alimento ou grupo de alimentos. O problema se manifesta quando o organismo detecta como uma ameaça substâncias que, na verdade, não causam doenças, o que dá início a uma resposta imune para combatê-las.

Na verdade, qualquer alimento pode estimular uma reação alérgica a quem apresenta sensibilidade a ele. Entretanto, leite de vaca, ovo, soja, trigo, nozes, amendoim e castanhas, peixe e crustáceos são os que apresentam maior incidência e que também podem levar a reações mais graves – como a anafilaxia.

Diversos outros alimentos também podem causar reações alérgicas. E de fato, estima-se que, atualmente, 160 tipos de alimentos possam provocar alergia alimentar.

Para obter um diagnóstico preciso, o especialista leva em conta o histórico de seu paciente. A história clínica, como exposição e sinais e sintomas é fundamental. Também podem ser solicitados testes cutâneos com extratos de diferentes alimentos a fim de eliminar determinadas suspeitas. Teste de imunoglobulina (IgE) específico para algum elemento alérgeno, quando disponível, também serve no diagnóstico.

Uma dieta de exclusão também pode ser adotada para a identificação do problema. Ela consiste em suspender o consumo do item suspeito de estar desencadeando a reação por aproximadamente 4 semanas (em média).

Atualmente, não existe uma medicação específica que previna ou que elimine em definitivo a alergia alimentar. No entanto, para quem apresenta tal quadro, a recomendação é de evitar novos contatos com o produto que atua como alérgeno. Sobretudo junto ao público infantil, essa exclusão rigorosa ajuda a diminuir o problema da alergia, levando a tolerância ao alimento depois de certo tempo.

Acontece que, na ânsia por evitar novas crises ou incômodos, pode ocorrer de o paciente, por conta própria ou por orientações equivocadas recebidas, eliminar outros alimentos de sua dieta. Porém, isso não deve ser feito sem orientação médica. Dietas restritivas demais, retirando alimentos sem comprovação de alergia, podem levar a um quadro de deficiência nutricional e até mesmo à desnutrição, além de outros problemas de saúde.

Especialistas acreditam que determinadas mudanças de hábitos, como o crescimento do consumo de alimentos industrializados, e as dietas repetitivas ou restritivas, podem, de fato, estar ligadas ao incremento nos casos de alergia alimentar registrados nos últimos anos. Portanto é importante lembrar que é de grande importância não seguir dietas especialmente recomendadas a outras pessoas, deixando de consumir determinado grupo de alimentos sem a avaliação de um médico. Além da preocupação com alergias, esse comportamento pode prejudicar de diversas formas sua saúde.

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