Rinossinusite na infância

A rinossinusite aguda é uma infecção das cavidades nasais e dos seios da face, que pode ter origem viral ou bacteriana. Conhecida também como “resfriado”, a rinossinusite viral (resfriado comum) é extremamente frequente até os sete anos de idade, podendo ocorrer 6 a 10 vezes ao ano, nesta faixa etária. Menos de 10% das infecções virais evoluem para uma rinossinusite aguda bacteriana.

Nos primeiros 2 ou 3 dias da rinossinusite viral aguda, os sintomas são obstrução nasal, dor de garganta, espirros, coriza clara e inapetência (falta de apetite), frequentemente associados com febre. Medicamentos podem ser úteis, nesta fase. Após o terceiro dia, a febre, a dor de garganta e a inapetência tendem a desaparecer, a secreção nasal fica mais espessa, podendo ficar verde ou amarela; a tosse e a obstrução nasal persistem.

Este quadro pode se estender por cerca de 10 dias, mas a criança vai melhorando progressivamente. Neste tipo de rinossinusite não adianta usar antibióticos, porque eles não agem contra os vírus. As lavagens nasais com soro fisiológico auxiliam a diminuir a obstrução nasal e a tosse decorrentes da secreção nasal.

Não é aconselhável fazer um RX na criança para diagnosticar a rinossinusite bacteriana. A radiografia só identifica que existe rinossinusite, mas não diz se ela é viral ou bacteriana.

Alguns sintomas podem identificar se a rinossinusite é bacteriana:

1) Sintomas prolongados: secreção nasal abundante, obstrução nasal e tosse persistente, por mais de doze dias. Esta forma é a mais frequente e não costuma ser acompanhada de febre.

2) Sintomas severos: desde o primeiro dia, a criança apresenta febre alta e secreção amarela ou verde abundante, ao contrário da secreção aquosa encontrada inicialmente na infecção viral.

3) Recaída: o quadro não melhora após o quinto dia; ao contrário, piora. Na evolução normal de uma infecção viral o quadro se inicia com febre, prostração e secreção aquosa e, após o quarto ou quinto dia, os sintomas costumam melhorar. Se houver uma infecção bacteriana, a febre retorna, o estado geral piora e, frequentemente, a tosse e a secreção nasal aumentam.

Nas três situações citadas, você deverá conversar seu pediatra. O diagnóstico de rinossinusite bacteriana requer receita de antibiótico. Caberá ao seu médico decidir se, além do antibiótico, deverá ser utilizado outro tipo de medicação, principalmente nos casos em que a rinossinusite insiste em voltar, ou mesmo se o seu filho já tiver recebido antibiótico recentemente. Caso a criança apresente os olhos inchados ou esteja muito prostrada, deverá ser avaliada também por um otorrinolaringologista.

Fonte: Conversando com o pediatra