Surto de Sarampo na Paraíba

A Secretaria de Estado da Saúde (SES), na quinta-feira (23), divulgou 40 casos notificados de sarampo no estado da Paraíba, e deste totoal, 36 casos são de moradores de João Pessoa.

O Brasil interrompeu a circulação autóctone do Sarampo no ano 2000. Todos os casos registrados nestes últimos 10 anos são importados. A presença de casos importados é esperada devido ao grande fluxo de pessoas que vem de países onde a doença continua acontecendo, como alguns países da Europa, da Ásia e da África.

A Fundação Oswaldo Cruz identificou que o surto de sarampo vivido em João Pessoa está sendo causado pelo vírus B3, que circula na África do Sul, e que provavelmente foi disseminado durante a Copa do Mundo

O sarampo é uma doença viral, infecto-contagiosa e atinge com mais severidade populações de baixo nível sócio-econômico.O contágio acontece através de secreções respiratórias. Os indivíduos expostos podem adquirir as infecções através de gotículas veiculadas por tosse ou espirro, por via aérea, podendo as partículas virais permanecerem por tempo relativamente longo no meio ambiente.A transmissão inicia-se antes do aparecimento da doença e perdura até o 4º dia após o aparecimento da erupção.Antes da existência da vacina, o sarampo era considerado uma doença incurável. O período de incubação, geralmente, é de 8 a 12 dias.

Quadro clínico
O vírus se instala na mucosa do nariz e dos seios para se reproduzir e depois para ir para a corrente sanguínea.A indisposição que antecede a doença têm duração de 3 a 5 dias e caracterizam-se por febre alta,mal estar, coriza , conjutivite, tosse e falta de apetite. Nesse período podem ser observadas na face interna das bochechas as manchas brancas (Koplik) que são características da doença. O exantema maculopapular (pinta na pele) inicia-se na região retroauricular, espalhando-se para a face, pescoço , membros superiores, tronco e membros inferiores. A febre persiste com o aparecimento do exantema. No 3º dia, o exantema tende a esmaecer, apresentando descamação fina com desaparecimento da febre, sendo a sua persistência sugestiva de complicação. Presença de gânglios é manifestação comum do sarampo em região do pescoço e nuca. A diarréia é ocorrência freqüente em crianças com baixo nível sócio-econômico

Prevenção
A vacinação contra o Sarampo faz parte do calendário de rotina da criança e deve atingir cobertura vacinal de 99%, garantindo assim proteção contra a reintrodução do vírus.É indicada para todas as crianças que não tiveram a doença ou para aquela com dúvidas a respeito. Ela pode ser vacinada após o 9º mês de vida.

Existem duas vacinas disponíveis contra o sarampo:
– Tríplice Viral (MMR) – É uma vacina atenuada que confere imunidade ao mesmo tempo para sarampo, caxumba e rubéola;
– Tetra Viral (Priorix-Tetra)- È uma vacina atenuada que imuniza contra o sarampo,caxumba, rubéola e também varicela.

As reações à vacina são: febre, coriza e/ou tosse leve e discreta, exantema entre o 4º e 12º dia pode ocorrer em 20% dos vacinados.

Contra-indicações para vacinação

– Mulheres grávidas;
– Transfusão de sangue, plasma ou gamaglobulina há menos de seis semanas. Aguardar 3 meses;
– Portadores de hipogamaglobulina, disgamaglobulina, comprovadas;
– Uso de ACTH, corticóides (em doses imunosupressoras) irradiação, antimetabólitos e alquilantes;
– Febre alta e comprometimento geral importante;
– Portadores de leucose, linfoma e tumor maligno;
– Portadores de imunodeficiências primárias ou secundárias graves.

Fonte: Redação com Secom/JP