A vacinação de jovens e adolescentes ainda é um desafio a ser superado pela saúde pública. Para Isabella Ballalai, presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), questões culturais fazem com que a imunização dessa faixa etária não seja uma prática frequente.
“As pessoas têm uma ideia de que vacina é para criança e idoso, o que torna o adolescente difícil de ser alcançado”, diz Ballalai. “Não é prática no país, por exemplo, que o jovem faça visitas de rotina ao médico. Eles só procuram quando há um problema”.
Além de HPV, adolescentes devem se vacinar contra hepatite A e B; meningite; e tomar os reforços das vacinas tríplice bacteriana, que protege contra difteria, tétano e coqueluche, e da tríplice viral, que imuniza contra sarampo, caxumba e rubéola, a cada dez anos.
Segundo Ballalai, a vacinação nessa faixa etária é importante não apenas para a saúde jovem, mas para a da população em geral. “Quando você vacina o jovem, ele não é o único beneficiado. Algumas doenças, como a meningite, tem sua transmissão principal por pessoas dessa faixa etária”, afirma. “Quando você imuniza o jovem, você também está protegendo quem está em contato com ele.”
Para ela, a medida mais eficaz para se obter uma boa cobertura vacinal nessa faixa etária, é promover campanhas dentro de escolas. “As mães pegam a criança e dizem, ‘hoje nós vamos tomar vacina’, o que não acontece com o jovem. Como ele não tem iniciativa de ir ao médico, é importante levar essa vacina até ele”, explica.
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Fonte: Folha de São Paulo